domingo, 27 de novembro de 2011

Letícia Spiller da entrevista ao FAMOSIDADES

FAMOSIDADES



Depois do sucesso da Betina em “Viver a Vida”, você está de volta às telinhas em “Malhação”. Conta um pouco para gente sobre a Laura e seus dilemas...
LETÍCIA SPILLER - A Laura é dona de um brechó, que gosta de coisas antigas. Ela perdeu um filho e nunca encontrou o corpo do menino e também tem uma filha adolescente. Por um mistério em sua vida, ela é muito presa ao passado. Para confundir ainda mais a cabeça, ela se envolve com o Guido [Gil Coelho], um rapaz da idade dos filhos dela, e isso vai gerar um conflito louco. A trama é interessantíssima, e é uma personagem dramática, bem diferente de tudo o que eu tenho feito na televisão nos últimos anos.
Divulgação/TV GloboComo surgiu o convite para atuar em “Malhação”?
O Alvarenga me convidou e eu fiquei super feliz. Como eu disse antes, a personagem tem uma densidade que eu não havia encontrado nos meus trabalhos anteriores. Tanto em “Viver a Vida”, como em “Duas Caras”, e até mesmo no seriado que eu fiz ano passado. Há muito tempo venho fazendo comédia na TV e em “Malhação” eu encontro essa densidade, uma mulher sofrida, que tem que dar a volta por cima para criar a filha.
Você é uma mulher conectada?
Pouco. Eu acesso bastante a internet para pesquisar, passar email, mas não tenho Facebook, nem Twitter. No meu Twitter eu nunca postei uma mensagem, eu resolvi criar um perfil porque tinha vários falsos. Depois que eu criei, nem consegui estrear porque ter filho é muito rock’n roll. Mas, eu acho uma ferramenta maravilhosa para divulgar o trabalho e eu espero fazer isso.
A Stella está com seis meses. Como é para você sair e deixá-la em casa?
Eu saio e volto [risos]. Eu chego em casa por volta das 23h30 e ela ainda está acordada. E eu adoro! Coloco ela para dormir. Preciso trabalhar e ela não tem como ir comigo. Imagina levar ela para o Projac? Ninguém merece. Então, ela fica com a babá, com a minha mãe, que vai muito lá para casa, com o pai...
Arquivo FamosidadesFoi uma experiência muito diferente do Pedro?
Bastante. O Pedro eu parei de trabalhar com quatro meses de gravidez. Ela não, eu fui até os nove. Engraçado porque eu estou mais velha que antes, mas estava com mais energia. Foi pesada essa dupla jornada, mas foi muito gostoso.
Você esperava voltar tão rápido para a TV?
Eu nem acho que foi um retorno rápido. Mas, pensando agora, até que foi rápido sim [risos]. Quando fiz “Afinal, O Que Querem as Mulheres?” eu estava grávida. Depois, eu ensaiei o musical “Outside” durante toda gravidez e assim que me recuperei estreei a peça. Então, voltar para a TV é só voltar a ao ar porque eu já estava trabalhando.
Como você fez para conciliar a peça com a gravidez da Stella?
Comecei os ensaios da peça aos cinco meses de gravidez. Foram duas gestações. O ensaio foi muito tranquilo, apesar de exigir muito fisicamente. Foi um processo bem louco porque a peça é muito tensa. É um aprofundamento do lado negro do ser humano. Mas, a arte relativiza tudo. O despudor com que você consegue lidar com essas questões humanas e negras, desse lado negro da vida, que eu acho importante investigar. Quando a gente consegue transpor isso através da arte é tudo leve.
O musical foi seu reencontro com a música?
Eu sempre era convidada por amigos para cantar em shows, fazia aula com uma preparadora de voz, então eu nunca estive muito longe desse meu lado cantora. Agora, uma vez por semana eu faço aula para segurar a onda porque eu não sou nenhuma estrela da música. Eu sou uma cantora mediana, mas bastante esforçada.
Voltando para “Malhação”, a novela é um celeiro de novos talentos, e nesta temporada o elenco foi todo renovado. Qual sua opinião sobre essa nova safra de atores que estão chegando na emissora?
Eu acho muito bacana fazer parte desse projeto por conta disso, da troca que a gente, que é mais experiente, faz com eles, que estão ávidos por conhecimento, querendo absorver o máximo. Os meninos são talentosos demais. Muitos são parceiros dos meus amigos que estão no teatro, alguns vieram do Tablado. Todos têm uma boa formação. A gente acaba aprendendo muito com eles também.
Esse contato com os jovens te faz lembrar seu começo como atriz?
Comigo foi diferente. Eu não comecei em um lance jovem assim. Eu comecei com 21 anos de idade lá na Babalu, em “Quatro por Quatro”. Eu já tinha feito uma participação com 17 anos na novela “Despedida de Solteiro”, mas foi uma coisa muito breve, foi bem pouquinho. Contato direto com rotina de gravação foi na novela
A nova temporada da “Malhação” afirma que está tudo conectado. Esse seu encontro com o Lucas, pai da Stella, estava escrito?
Eu não pensava em casar de novo, ter outro filho. Assim, eu até pensava em ter uma menina e tal. Foi engraçada a forma como ele surgiu e me conquistou. Mas acredito que nada é por acaso. Não aconteceu antes porque não tinha que ser. Eu o conheci dois dias antes do meu aniversário em 2009 e ele foi meu presente. Um presente que eu espero que permaneça comigo a vida toda.
Como ele te conquistou?
Arquivo FamosidadesO Lucas tem uma delicadeza que me encanta. Mas tem também uma firmeza, uma masculinidade, que é essencial. Essa mistura me chamou muito atenção. Hoje está um pouco esquecida essa delicadeza, coisas bobas que seu pai fazia como abrir a porta do carro, e acho isso o básico da educação. Acho um charme e ele é um homem assim. Se preocupa com as pequenas coisas, sabe?
Então você é romântica?
Eu sou totalmente romântica, muito mesmo.
O que te atrai em um homem?
Quando eu era menor, sempre me atraía pelo mais engraçado. Agora eu prefiro um cara calmo, sensível, um homem discreto, mas divertido também. Tem que ter senso de humor. Detesto massas e músculos se não tiver nada na cabeça. Prefiro o mirradinho, magrelinho e inteligente. Sou muito do olhar e do silêncio. O homem silencioso me diz muita coisa.
Então, idade não é problema. Até porque o Lucas é bem mais novo...
Tenho nove anos a mais que ele, mas isso não é evidente na nossa relação. Ele tem uma cabeça ótima, é maduro, sabe o que quer, não é um é moleque.
Você pensa em se casar com ele?
Nós nos consideramos casados. Não vejo necessidade em usar véu, grinalda, entrar na igreja. Talvez, quando a Stella estiver maiorzinha a gente pense em fazer algum tipo de celebração, chamar os amigos, mas não vai ser nada demais, será uma festa para a gente se divertir.
Ele se dá bem com o Pedro?
Eles se dão muito bem.
Você disse que não pensava em ter outro filho. A Stella foi planejada?
A gente deixou acontecer. Concordamos que se viesse, iríamos querer muito. E veio.
Como é a mamãe Letícia?
Tenho um lado criança muito forte e sou aquela mãe que participa. Pedro gosta de surfar. Eu não sabia como segurar uma prancha. Fui lá, fiz aula de surf. Sabe, a gente tem que aproveitar porque passa rápido. Daqui a pouco, ele cresce e não vai querer mais saber da minha companhia.
Aos 38 anos, qual o segredo para estar cada dia mais bonita?
Mais bonita eu não sei, mas posso garantir que estou mais feliz, mais bem-humorada. Tenho praticado os cinco ritos tibetanos todos os dias, em jejum. São cinco posturas da ioga que você repete 21 vezes para fazer a energia circular equilibradamente. Dizem que esses ritos atrasam a deterioração das células, porque você armazena a energia e assim se revigora, rejuvenesce mesmo.
Arquivo FamosidadesVocê não se acha bonita?
Eu me acho interessante, acho que não sou de se jogar fora [risos]. Muito mais pelo que tenho dentro do que pelo que tenho por fora. Sou uma pessoa muito legal. Eu me gosto [risos].
O canal Viva reprisou “Quatro por Quatro”. Você matou a saudade da Babalu?
Infelizmente eu não consegui acompanhar por conta da falta de tempo. Mas, a minha mãe assistiu tudo e adorou. Sempre que a gente se encontrava ela comentava uma cena.

Apesar do grande sucesso da Babalu, você não ficou marcada apenas por essa personagem. Como você fez para separar sua imagem da Babalu?
As pessoas ainda lembram muito. Eu não pensei muito nisso. Eu fui vivendo. Eu busquei me reciclar com atriz
A “Malhação” explora a paranormalidade. Você acredita nesse tipo de coisa?
Eu acredito em muita coisa. Acredito na força do pensamento, no controle da mente, na oração. Eu acredito no agora. Isso aqui não pode ser a verdade pura e só. Acredito que existem várias dimensões e que está tudo conectado. Há vários mistérios que a ciência não explica. Eu também acredito na numerologia. Acredito em várias vertentes.
Você viveu alguma coisa assim?
Quando eu estava no “Xou da Xuxa” e tinha pouco tempo para ficar com as minhas amigas de infância. Certa vez, eu estava viajando para o Chile com a Xuxa e senti uma energia muito forte. Na época, minhas tias faziam um relaxamento da mente e eu entrei em uma de fazer aquilo e me comunicar com uma amiga. Eu era muito sozinha, vivia numa solidão porque tinha umas meninas que eu gostava e outras que eu não era muito amiga. Era aquela fase problemática da adolescência. Então, eu resolvi me comunicar com essa amiga, pensando que tal hora ela iria acordar e pensar em mim. Ela acordou e me escreveu uma carta.
Você tem alguma mania?
Eu tenho mania de isolar. Quando tenho um pensamento estranho imediatamente eu isolo. Todo dia eu isolo, sem exceções. Assim, para afastar os maus pensamentos, alguma coisa que eu vejo, se alguém me conta algo triste eu vou lá e ‘um, dois, três’.
Você falou da época do “Xou da Xuxa”. Sofreu preconceito quando deixou de ser paquita?
Sofri muito preconceito. Ninguém acreditava que eu seria atriz. Só que antes de ser paquita eu já fazia teatro. Comecei aos 12 anos, antes de entrar no programa. Sempre quis ser atriz e tive que lutar muito para ter esse reconhecimento. Não tenho formação acadêmica, mas fiz cursos, me aprimorei e consegui acabar com esse estigma.
Arquivo FamosidadesAinda tem a roupa de soldadinho?
Claro! Está guardada até hoje e o chapéu fica exposto na minha estante como um troféu. Foi uma época muito mágica na minha vida. Aprendi muita coisa naquele palco.
Qual sua maior lembrança daquele tempo?
Lembro do meu primeiro dia de testes, há mais de 20 anos isso. Eu não imaginava como era trabalhoso ser paquita. Eu me lembro como se fosse hoje. Quando dei de cara com a Xuxa eu vi um feixe de luz que saía do topo da cabeça dela. Aquela luz que ela emanava e emana até hoje me marcou muito. Já contei isso para ela várias vezes.
A Letícia ainda tem alguma coisa da Pituxa Pastel?
Eu sou muito distraída. Eu não sou mais tão estabanada. Mas, distraída eu sou até hoje.




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